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domingo, 7 de fevereiro de 2010

TEMPO E ASPIRINAS


Já não sei das lutas
que passaram o meu corpo
das glândulas
da rotina
das células
do tempo nascendo
sumindo
escapando da palma da mão.

Sangue
sentimentos
neuroses
olhos humanos
o amor inevitável
é o meu tempo.
O tempo corre comigo
no espaço do dia

Dia de orgia
temporal
até que as coisas
se apascentem
e se assentem
no tempo.
O tempo e o vento
tira teias e traças.

Na boca do mundo
areia e aranhas
mata-me essa agonia
de matar o tempo.

Minhas mãos
já nem tecem e nem fiam
desfiam simplesmente
um rosário sem contas.


Paulo Tácito

2 comentários:

  1. Adoro os escritos do Paulo ... sensibilidade pura ... parabéns pela escolha e por compartilhar esta joia rara por aqui ...

    bjux

    ;-)

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  2. As vezes nos sentimos assim sem saber o que fazer e nem para onde ir.
    A poesia coloca muito bem esse vazio, gostei.
    Bjs

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