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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

VIDA A DOIS

AMOR NOS VERSOS DE Paulo Braccini


Um tema polêmico sem qualquer sombra de duvida. Por isto mesmo, pelo desafio que representava fazer uma contextualização sobre ele, é que aceitei o convite da amiga Amanda para escrever sobre minha percepção sobre Relacionamento Afetivo e Vida a Dois.
Longe de mim qualquer pretensão de ser dono de qualquer verdade. Apenas tentarei, traduzir em palavras, um pouco daquilo que os anos de vida e também de relacionamento me ensinaram.
Um aprendizado nada fácil, mas que ao final, quando permitimo-nos nos engajar nele, torna a vida mais fácil e mais feliz.
O fato de gostarmos de alguém contraria toda a lógica do mundo, isto porque nos deixamos guiar muito mais pelas emoções do que pela razão. Neste contexto, emoção e razão devem estar lado a lado e em proporções devidamente equilibradas.
Para que um relacionamento possa prosperar, os parceiros devem justificar o nome e serem verdadeiramente parceiros. Devem complementar-se mutuamente. Parceria implica aspectos importantíssimos tais como: somos indivíduos com personalidade e história próprias, assim, esperar ou exigir mudanças, renúncias, estão inteiramente fora de contexto. Podemos e devemos na verdade é aceitar o outro com suas virtudes e seus defeitos, aceitar o outro como ele é e pelo que ele é, e não como e pelo que imaginamos ou desejamos que ele seja.
A regra básica (se é que pode haver alguma regra) tem que ser regida pelo bom senso.
Ambos devem ser companheiros, caminhando, aprendendo, vivendo de forma complementar. O que deve haver é um acerto, uma espécie de “acomodação” de personalidades, devendo cada qual ceder um pouco em nome da complementaridade de uma vida a dois.
Quando dois seres individuais optam por uma vida a dois, é porque entendem que se amam e que este amor perdurará pra todo o sempre.
Infelizmente, nem sempre é o que acontece, pois, a maioria dos parceiros se une sem nem mesmo saber o que vem a ser o amor, muitas vezes confundido com paixão ou por uma atração puramente sexual.Unem-se já pensando em "se não der certo, amanhã ou depois eu me separo!” Não sabem cultivar um relacionamento, construindo-o pacientemente no dia a dia, em meio aos problemas e dificuldades, enfrentando rotinas com carinho, dedicação e boa vontade, sem nunca esquecer a grande importância do diálogo e da cumplicidade, o que torna a parceria a dois extremamente agradável, suprindo-a de forças para enfrentar os obstáculos naturais da vida em comum.
Esquecem-se que o amor precisa, ser cultivado com dedicação, carinho, paciência, gentileza e, algumas vezes, com certas “renúncias em benefício do bem comum.Esquecem-se, também, que é preciso manter acesa a chama do encantamento, numa amizade enamorada, que deve ser fruto de uma construção carinhosa e diária, em meio ao bom-humor e a brincadeiras a dois que, ao serem relembradas, poderão proporcionar a ambos deliciosas alegrias. Ambos devem ter em mente que é preciso manter a sedução, numa conquista diária, seja ela construída em meio às tristezas da vida ou às alegrias da cama.Detalhes do dia a dia poderão criar momentos de verdadeira cumplicidade a dois que, paulatinamente, vão reforçando a intimidade e apertando os laços encantadores do amor.Lembremos sempre que o amor não é apenas o acelerar de dois corações, mas sim, uma construção paciente, cuja finalidade é contribuir para a elevação do outro e pelo outro, proporcionando um crescimento mútuo.Serão então dois seres que se impulsionam e crescem em conjunto.
Enfim, como afirmei no início, não me considero dono de qualquer verdade. Simplesmente sou uma pessoa que, com base na experiência e nas observações feitas, tenta arriscar e dar alguns palpites sobre este complexo tema - Vida a Dois.
Apenas para ilustrar, registro aqui meu testemunho de vida pessoal: Tenho uma experiência de vida a dois, que no dia 26 de setembro último completou 35 anos. Esta experiência possui uma particularidade que, estranhamente, a muitos, ainda é motivo de espanto ou de admiração - trata-se de uma união afetiva entre homossexuais.
Esta união foi e vem sendo construída dentro das perspectivas aqui demonstradas, onde o respeito à individualidade de cada um, a cumplicidade e a parceria para os projetos de vida a dois, a transparência e o diálogo permanente, são princípios inalienáveis assumidos por nós dois.

DDzinho. te amo!

Paulo Braccini
http://paulobraccini-filosofo.blogspot.com/

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